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Casava-me assim: Joana Campos Silva

Thinker & maker, consultora de comunicação e sustentabilidade, especialista no sector têxtil, fundadora da Fashion Makers. Continuo? É a minha convidada de hoje!

Se se interessam por sustentabilidade e/ou moda, certamente já se terão cruzado com a thinker & maker Joana Campos Silva, a minha convidada do Casava-me assim de hoje.

A Joana é uma grande comunicadora e o seu entusiasmo e generosidade quando fala e partilha informação sobre estes tópicos quentes e relevantes, até porque Portugal faz parte da elite da indústria têxtil em sustentabilidade e inovação, é contagiante.

Com olho clínico para aquilo que é interessante e diferenciador, o seu casamento teria sempre de ser tudo isso também. E foi!

“Sempre quisemos casar, embora houvesse algo que nos impedia. A forma como cada um olhava para a festa de casamento era diferente. Eu adoro organizar eventos. Adoro o processo, adoro pensar nos detalhes e na sequência dos acontecimentos. Chegamos a fazer uma lista, éramos 70 pessoas.

Até que o Filipe me disse: “és tão obcecada com os detalhes que não vais tirar prazer da festa, por isso fazer uma festa grande está fora de questão”.
Foi nesse dia que decidimos que só haveria casamento, se fosse apenas para a família mais chegada (pais, irmãos, sobrinhos e padrinhos). Cada um escolheu os melhores amigos para padrinhos e no total fomos vinte. Infelizmente, os amigos ficaram de fora.

Mas a verdade é que esta decisão fez-me baixar a guarda. Fui pedida em casamento em Abril e casámos em Setembro, descompliquei todo o processo e não criei muitas expectativas. Só tinha de tratar de quatro coisas: aliança, o que vestir, local do casamento e flores. A sequência da festa seria casar em casa, de tarde, ir para um espaço giro ao jantar e dançar até nos doerem os pés!

Pedi a uma designer de jóias para me desenhar uma aliança. Tinha visto uma aliança da Tiffany’s que adorei, mas como não enviavam para Portugal, decidi mandar fazer uma parecida, em ouro. Queria que a minha aliança fosse aparentemente “normal”, mas com um toque diferenciador e subtil.”

“Quanto ao vestido, sempre idealizei casar de macacão. Detesto a ideia romântica do vestido de princesa, por isso não fui a nenhuma casa dedicada a noivas. Dirigi-me à Max Mara e procurei roupa de cerimónia. Pensei também em alguma coisa que pudesse usar mais do que uma vez. Na primeira visita encontrei logo um macacão bege, lindo de morrer. Coloquei um kimono floral por cima para desconstruir, umas sandálias Aquazzura de camurça em tom de caramelo et voilà. Para completar, comprei uma mini Simon Miller branca. O Eugénio de Campos ofereceu-me os brincos e a minha mãe ofereceu-me uma pulseira escrava de família.

O casamento que idealizei inicialmente iria acontecer no Areias do Seixo. Com o novo plano, teria de desmontar este cenário idílico. Queríamos uma sala gira para vinte pessoas, com um ambiente intimista e boa comida. Alguém nos sugeriu o Ammar, em Leça da Palmeira, que no exterior tem uma sala de vidro, virada para o mar. Tivemos bar aberto e um jantar com assinatura do chefe da casa.

Com o espaço escolhido, só faltava a decoração! Comprei umas jarras na Arket e pedi à Bloom da Foz para decorar. O bouquet comprei na Terrárea.
À última da hora, contratámos uma fotógrafa francesa que esteve na minha despedida de solteira surpresa. Como adorei as fotografias, achei que seria a pessoa ideal.”

decoração floral laranja

“O dia do casamento foi surreal. Foi muito calmo e cheio de alegria. Fiz a decoração das mesas durante a manhã e segui para o cabeleireiro. Quando o meu cabeleireiro me viu, perguntou: — “Vais ter alguma festa?” Eu: — “Sim, o meu casamento!” Ele ficou estupefato com a minha calma e escandalizado por não o ter chamado a casa. Fui maquilhada pela Helena Almeida e vesti-me sozinha.

A família foi chegando, todos de lágrima nos olhos. A emoção era enorme e a alegria dos meus sobrinhos, dos pais, dos irmãos, não tem descrição.

Quando todos já tinham chegado, o meu pai foi buscar-me ao quarto e o Filipe surpreendeu-me com a música Vår tid är nu, da banda sonora da série “The Restaurant”, que nos marcou imenso.

Chorei durante toda a cerimónia. A troca de palavras foi emocionante e de muita gargalhada, só me lembro de ver toda a família a sorrir.
De casa até ao Ammar, o meu tio levou-nos num carro de família, um Carocha Split verde, de 1952. Filmei essa viagem, porque queria guardar esse momento.

Quando chegámos, só me lembro de nos rirmos muito. Estavam todos maravilhados com a decoração, com o jantar e com o pôr do sol, estava profundamente laranja. Estivemos toda a noite às gargalhadas porque a nossa família é muito divertida. Levei uma coluna de som e pusémos a nossa lista de músicas a correr. Dançamos tanto… mas ninguém superou a minha avó!

O bolo dos noivos foi feito pela minha mãe. Acendemos uns sparkles e foi assim que cortámos o bolo. Oferecemos a cada convidado uma polaroid e ainda hoje se fala do nosso dia com emoção. Nunca iremos esquecer! Tenho esperanças que no nosso décimo aniversário a festa seja para os amigos também.

E o presente mais original que recebemos: uma árvore! Vinha cheia de mensagens escritas pela minha sobrinha, era pequena e cresce a cada ano!”

 

Acompanhem estes exercícios muito criativos e inspiradores que acontecem sempre à sexta-feira, seguindo esta rúbrica. Já por aqui passaram o fotógrafo de casamentos Gustavo Simões, a artesã Sílvia Pontes, a artista gravadora Alexandra Barbosa, o set designer Joaquim Szkutnik Rocha, a maquilhadora Cati Beauty, a designer de convites de casamento Joana Duarte, a designer gráfica Inês Maldonado e a designer de acessórios Catarina Vassalo e a designer de sapatos Ana Amorim, a designer de jóias Cremilde Bispo e a maquilhadora Vânia Oliveira.

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