Clara + Jose casaram na Coruña, no inverno de 2021, numa cerimónia intimista. O seu casamento saiu no sempre maravilhoso Casilda se Casa, na Harper’s Bazaar e no Anti Bride Australia (onde os fui buscar), pelo menos.
De certeza que reconhecerão a fotografia de destaque, captada pela lente da outra dupla espanhola mais quente do momento (a par com os Dos mas en la mesa), Nousnous Photo.
O casal, cosmopolita e urbano (Clara é francesa, trabalha para a Inditex na China, Jose é espanhol), casou pelo civil, na companhia de um grupo muito restrito de familiares e amigos, e seguiu para uma cerimónia e jantar com mais duas mãos cheias de convidados.
Para o dia, Clara escolheu três vestidos especiais: um slip dress acetinado da Zara, com um xaile de malha ao estilo russo, pertença da mãe e uma homenagem ao lado paterno da família, para o registo civil; um vestidaço túnica em lurex de seda, da Forte Forte (o meu favorito!), para a cerimónia intimista, ambos acompanhados por umas estilosas sandálias douradas Bottega Veneta; e, para dançar o resto da noite, um terceiro vestido, de lantejoulas e novamente da Zara, combinado com umas sapatilhas New Balance. Se é para dançar, então é mesmo para dançar!
Sendo um casamento ainda a meio da temporada Covid, com restrições, incertezas, timings apertados e gestão quase ao minuto, o que era mais relevante para o casal?
“To stay true to ourselves as a couple. We wanted to plan a wedding that felt like us. We wanted this moment to be special and intimate. To really enjoy our guests, have lots of emotional moments and dance all night!”
Quando escolhi este casamento para vos mostrar, claro, fascinada por essa mesma fotografia que marcou o compasso por todo o lado (a pinta da noiva, o interesse da imagem), olhei para a história algumas vezes. As escolhas de estilo são muito audazes e interessantes por isso mesmo. A narrativa, como é apresentada, também. E o tipo de fotografia, muito editorial, muito do momento, também ocupa o seu espaço com músculo e intenção.
Em simultâneo, não posso deixar de me colocar esta questão – qual será a vida destas imagens, daqui a vinte, trinta anos? Como habitarão o momento, como serão o passado nesse agora futuro? Este vibe tão on trend, o arrastão, o desfoque propositado que vive tão bem neste instante em que temos vinte ou trinta anos, vai manter-se como valor artístico e linguagem própria ou olharemos com alguma perplexidade ou lamento quando tivermos cinquenta ou sessenta? Serão sempre imagens cool?
Nós próprios, seremos cool, acharemos que fomos cool em tempos, esboçaremos um sorriso divertido, uma nostalgia tristonha, levaremos as mãos à cabeça?
Não é verdadeiramente importante, mas é curioso pensar sobre o assunto!
Desse lado, como articulam as vossas preferências e navegam entre o que é clássico, intemporal e completamente tendência?
Onde aplicam cada escolha? É um exercício bem giro e os espanhóis estão uns ases a tomar decisões!
Fotografia de Nousnous Photography, via Anti Bride.