Amy Merrick é designer floral, de Nova York, com trabalho publicado na Vogue, Architectural Digest e outros sítios de grande fineza. É também autora do belíssimo On Flowers – lessons from an accidental florist, que tem lugar cativo na primeira fila da minha estante.
Lá, entre muitas imagens maravilhosas e convites a olhares mais amplos, está esta frase:
“The word humble is derived from the Latin humus, which means “the ground.” It’s only fitting, then, that flowers spring forth from the soil, rooted in humility from the very first start. To be humble is not to be timid or passive but to ground yourself in the knowledge of how much you have yet to grow.”
No breve intervalo da pandemia, no verão de 2020, Amy casou com o seu noivo inglês, na Suiça. Apenas os dois, um amigo como testemunha, burocracia trabalhosa transatlântica, e uma cerimónia de eficácia… suiça! A festa ficaria para depois, quando fossem levantadas as restrições que todos nos lembramos tão bem.
Nesta versão leve e singela de casamento a dois, Amy escolheu um fato de seda vintage e uns magníficos sapatos cor de cobre Bruno Magli.
“It felt like classic city hall to wear a suit; my grandmother did the same thing when she got married in New York in the 1940s so I didn’t overthink it. Whenever we ultimately have a party for our families, I’ll have my ‘dress’ moment, but the tailoring felt perfect for Zurich. I love a strong shoulder!”
E, claro, preparou o seu próprio bouquet de noiva, com flores compradas pela manhã no mercado e fitas de seda que trouxe na mala de viagem. E, nesta bagagem de mão, veio também a faca de cortar e servir a primeira fatia do bolo dos noivos, herança da bisavó, e fotografias dos vários casamentos da família de ambos, num abraço longínquo e aconchegante.
“I ordered our wedding cake, bought opera tickets and my shoes, made dinner reservations and booked our actual honeymoon all the week before our ceremony. We wanted it to feel special, but also not absurd given the circumstances. It wasn’t a total austerity wedding, but we both already had our suits, we used family rings, and kept it really quite simple.”
Se haveria forma de compactar um casamento na sua forma mais simples (logisticamente), mais desprovida de acessório e apenas uma expressão da sua essência e significado, então a forma é esta.
Tudo é especial e significante (o relógio do noivo era do tio-avô, oferecido pelo pai, as pérolas da noiva eram da avó, oferecidas pelo avô quando se casaram, as alianças, emprestadas pela família, as flores compradas para o bouquet seguiram para a lua-de-mel, colocadas numa jarra com vista para as montanhas), contido e muito focado – a melhor forma de criar um novo contexto forçado pelas circunstâncias.
Um menos que é tanto mais!
Espreitem as imagens e toda a história muito especial deste acsamento a dois na publicação da Vogue. Fotografia de Molly Zaidman.